:01: Morte súbita no esporte

 
por Dra. Maria Beatriz Leme Monteiro, médica residente convidada

O aumento da procura pela prática esportiva e o exercício físico, em busca de uma melhor qualidade de vida, é notória. A morte súbita durante a prática esportiva, competitiva ou não, provoca grande repercussão na sociedade. As causas desse evento podem ser diversas porém são de origem cardiológica em sua maioria. Por isso, usualmente o denominamos “Morte Súbita Cardíaca”, visando distingui-lo dos demais casos resultantes de outras doenças agudas graves, como Embolia Pulmonar, Asma, Dissecção Aórtica, e Acidente Vascular Cerebral hemorrágico (AVCh).

O que é: a morte súbita cardíaca (MSC) define-se como a interrupção irreversível de todas as funções biológicas, sendo o início do evento súbito e inesperado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) este conceito é valido naqueles casos em que ocorre o desfecho desfavorável (óbito) até 24 horas após o início dos sintomas. Entretanto, alguns renomados especialistas consideram um prazo de apenas 1 hora.

A Morte Súbita de origem Cardíaca está principalmente relacionada à Doença Arterial Coronariana (DAC), a qual sabe-se ser de grande prevalência na população adulta ocidental e intimamente relacionada a seus fatores de risco, como o  tabagismo, dislipidemias, sedentarismo e o estresse.

O benefício da atividade física se dá principalmente pela potencial redução da DAC quando praticado de maneira regular e sob orientação adequada. Tendo em vista os resultados de diversos estudos científicos em grandes populações atualmente sabe-se que indivíduos sedentários, em geral, apresentam maior risco de MSC comparativamente àqueles que fazem da prática do exercício um hábito.

No entanto, vale ressaltar que, em certos grupos específicos, como o de atletas jovens há outras causas importantes de MSC , tais como: Cardiomiopatia Hipertrófica, Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito (DAVD), Síndrome da Pré-Excitação (Doença de Wolf Parkinson-White). Estas doenças podem cursar com arritmias complexas e eventualmente fatais. 

Visando proporcionar uma prática segura da atividade física escolhida, a sociedade médica indica a todos uma consulta prévia com um profissional reconhecidamente capacitado. Os pormenores de cada avaliação dependerão do perfil do paciente/atleta, seu histórico pessoal e familiar além do nível de exigência física requerido pela atividade a ser iniciada. É de vital importância que o indivíduo entenda que esta avaliação tem como objetivo diagnosticar precocemente eventuais alterações em seu organismo que poderiam trazer-lhe riscos maiores e, se necessário for, encaminhá-lo a um tratamento adequado.

por Dra. Maria Beatriz Leme Monteiro
Médica residente convidada
Medicina Esportiva - EPM/UNIFESP


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