:31: Ruptura do tendão de Aquiles e Diagnóstico por Imagem

Exames de imagem diagnosticam gravidade da lesão

A ruptura do tendão calcâneo (tendão de Aquiles) é uma lesão grave que pode ocorrer em esportistas, mas não exclusivamente nestes. Os esportes mais relacionados com esse tipo de lesão são: corrida, tênis, squash e futebol, entre outros.

Geralmente, os tendões que já apresentam algum tipo de alteração degenerativa de base (tendinopatia crônica/tendinose) estão mais sujeitos a sofrerem rupturas porque eles não apresentam a mesma resistência física/mecânica à tração do que um tendão sadio.

As rupturas do tendão calcâneo podem ser parciais ou completas e surgem de um movimento de hiper-extensão quando o esportista projeta o corpo à frente com o pé apoiado no solo e arranca para uma corrida. Por exemplo, no tênis e no squash, o atleta se lesiona ao tentar alcançar uma bola à sua frente.

O atleta com suspeita de lesão no tendão calcâneo, na maioria das vezes, é encaminhado para realizar exames complementares de imagem para auxiliar no diagnóstico definitivo: ultra-sonografia e/ou ressonância magnética.

A ultra-sonografia é um ótimo método para avaliar o estado do tendão calcâneo porque este é uma estrutura espessa, superficial e de fácil acesso. Por ser um exame dinâmico, durante o exame pode-se solicitar ao paciente contrair a musculatura posterior da perna e/ou flexionar o tornozelo com o objetivo de demonstrar com mais clareza um possível intervalo entre as partes remanescentes do tendão, que surge devido a uma ruptura completa. Porém, há casos em que a ultra-sonografia pode ter um resultado duvidoso com relação à extensão/gravidade da lesão.

O exame de ressonância magnética pode ser solicitado para um atleta com suspeita de ruptura do tendão calcâneo como primeiro exame ou após um exame de ultra-sonografia.

A ressonância magnética é o melhor exame de Diagnóstico por Imagem para avaliar o tendão calcâneo. Não apenas demonstra o local e a extensão da lesão (ruptura parcial ou completa), como também identifica o intervalo entre as porções remanescentes do tendão, presença ou não de lesões degenerativas crônicas de base (tendão espessado e heterogêneo) e presença de alterações inflamatórias e hematoma.

A ressonância magnética também pode diagnosticar lesões associadas no tornozelo que podem acompanhar a ruptura do tendão calcâneo (rupturas ligamentares, fraturas) ou fazer o diagnóstico diferencial desta lesão com outras que podem se apresentar clinicamente semelhantes (rupturas de outros tendões, ruptura da musculatura posterior da perna).

Em casos clinicamente duvidosos, é recomendável que o atleta seja submetido a um exame de Diagnóstico por Imagem. O motivo principal de se obter um diagnóstico preciso nestes casos é que, dependendo do tipo de lesão sofrida, isto é, ruptura parcial ou completa, o tempo de afastamento das atividades esportivas será menor ou maior e o tratamento para o paciente poderá ser conservador (para ruptura parcial) ou cirúrgico (para ruptura completa).

Dr. Milton Miszputen

 





 
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