Radiologia do Esporte - Fratura por estresse no calcâneo bilateral

Caso #67
Fratura por estresse no calcâneo bilateral

História clínica: paciente de 28 anos, do sexo feminino, com dor nos tornozelos há 1 mês.

Paciente pratica corrida quatro vezes por semana. Refere piora da dor após pular Carnaval durante quatro dias.

Altura: 1,72 m; peso: 57 kg.

Hipótese diagnóstica: tenossinovite tibial posterior e dos fibulares, bilateralmente

Exame solicitado: ressonância magnética dos tornozelos

Paciente encaminhada pelo Dr. Márcio Bottene Villa Albers
Diagnóstico radiológico pelo Dr. Milton Miszputen

Ressonância magnética dos tornozelos, cortes sagitais, sequência T1. Tornozelo direito (a) e esquerdo (b) (a, b) Linha de fratura oblíqua no calcâneo, atingindo a cortical da margem superior, sem desvio, desalinhamento ou afastamento. Não há comprometimento da superfície articular. Hipo-sinal adjacente à linha de fratura. Moderado derrame articular tíbio-talar, talo-calcaneano e talo-navicular.
	a.

	b.
Ressonância magnética dos tornozelos, cortes transversais, sequência T2 FS. Tornozelo direito (c) e esquerdo (d) (c, d) Linha de fratura em toda a extensão látero-lateral do calcâneo, com significativo edema ósseo medular adjacente. Importante edema de planos gordurosos e musculares do tornozelo.
	c.

	d.
Ressonância magnética dos tornozelos, cortes coronais, sequência T2 FS. Tornozelo direito (e) e esquerdo (f) (e, f) Linha de fratura transversa no calcâneo, com extensão para as corticais ósseas medial e lateral, sem desalinhamento. Significativo edema de planos gordurosos e musculares adjacentes.
	e.

	f.

Diagnóstico: fratura por estresse no calcâneo, bilateral e simétrica, com significativo processo inflamatório nas partes moles adjacentes do tornozelo (planos musculares e gordurosos). Derrame articular tíbio-talar, talo-calcaneano e talo-navicular.

Comentários: ter solicitado o exame de ressonância magnética foi essencial para fazer o diagnóstico diferencial entre lesões em tendões (suspeita clínica de tenossinovite dos fibulares e do tibial posterior) e as alterações ósseas identificadas (fratura por estresse).

Em casos como esse, se as radiografias iniciais forem normais, indica-se a ressonância magnética. A ultra-sonografia poderia diagnosticar as alterações nas partes moles adjacentes e derrame articular, porém seria insuficiente para demonstrar as fraturas.

Diagnósticos diferenciais : fasceíte plantar, tendinopatia do calcâneo.

Casos relacionados: [1][11][28][43][51][59][62]

Dr. Milton Miszputen