:03: Exercícios Posturais no Esporte

 
por Ft. Adriana De Bortoli, fisioterapeuta convidada

Como muitos já imaginam, movimentos esportivos repetitivos, atividades físicas mal orientadas ou ainda atividades esportivas intensas, podem desencadear desequilíbrios musculares importantes em função de atitudes e gestos que alteram a fisiologia da coluna vertebral, musculatura do tronco, pernas e braços.

Considerando que os músculos se sobrepõem e formam linhas de força, o que chamamos de cadeias musculares, observa-se a vantagem de um trabalho com o corpo baseado na globalidade.

Falar em prevenção, promoção de saúde e bem-estar pode significar, na prática da fisioterapia desportiva, a tentiva de impedir a recidiva da lesão bem como o aparecimento da mesma, o que algumas vezes pode resultar no fim da prática esportiva.

Através de estudos, verifica-se cada vez mais a necessidade do trabalho corporal no qual estão envolvidas a musculatura profunda, na prevenção e tratamento de lesões esportivas, já que a ginástica postural global pode melhorar a flexibilidade muscular, a mobilidade articular, o controle respiratório, o equilíbrio e a consciência corporal. Tem-se estudado ainda, a atuação da musculatura "central" para a sustentação da postura ereta e facilitação do gesto esportivo, já que a atividade estática facilita e prepara o movimento.

A musculatura central, composta pelos músculos do tronco e pelve, são responsáveis pela manutenção da estabilidade da coluna, além de auxiliar na geração e transferência de energia de grandes para pequenas partes do corpo, durante muitas atividades esportivas, além de prevenir o aparecimento d e lombalgias.

Cada terapia postural deve respeitar as necessidades individuais para que o fisioterapeuta consiga promover, com efetividade, os objetivos buscados pelo paciente e, assim, elaborar com segurança um programa de exercícios posturais adequados para cada pessoa em virtude do esporte praticado e dos desequilíbrios musculares avaliados por esse profissional.

Os exercícios do método ISO STRETCHING, bem como os do CORE STABILITY, compõem uma série de exercícios posturais ativos; auxiliados ou não por bastão ou bolas; graduados sempre que se possa aumentar a dificuldade do exercício (ou seja, quando os exercícios anteriores se tornam fáceis); realizados nas posições deitada, sentada ou em pé e podem ser realizados não somente em adolescentes e adultos, mas também em crianças e idosos, afim de se melhorar a performance no esporte.

Costumo solicitar aos pacientes para que não se esqueçam que estamos expostos à ação da gravidade e sempre que mantidos em pé ou sentados, o tronco tende a inclinar-se. Mudar alguns hábitos do dia-a-dia, afim de se preservar a coluna vertebral, pode trazer resultados ainda mais satisfatórios e rápidos.

Enfim, trabalhar a musculatura que chamamos de "anti-gravitacional", "profunda", "estática" ou ainda "central", que são diferentes termos porém compõem a mesma estrutura, pode nos permitir melhora na qualidade de vida e no rendimento da prática esportiva.

por Ft. Adriana De Bortoli
Fisioterapeuta com especialização em Fisioterapia Motora pela Santa Casa de São Paulo; Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido pela Faculdade de Medicina da USP; Especilização em Capacitação em Metodologia e Pesquisa Músculo Esquelética pela Universidade Federal de São Paulo e fisioterapeuta voluntária da Universidade Federal de São Paulo, atuando no Centro de Traumatologia do Esporte do Departamento de Ortopedia e Traumatologia.



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