:5: Diagnóstico por imagem: aliado do esportista acima dos 50 anos

Esportistas com mais de 50 anos podem sofrer lesões semelhantes às dos mais jovens, independentemente da modalidade praticada. No Brasil, há um grande número de jogadores nessa faixa etária envolvidos informalmente com sub-modalidades do futebol, como o futebol de salão, futebol society, futebol de praia, etc. Estes atletas não estão sujeitos à intensa carga de treinamento e jogos como os profissionais, mas podem se machucar semelhantemente. A medicina esportiva, auxiliada pelos exames de diagnóstico por imagem, dedica atenção especial a esse grupo.

No futebol, muitas lesões se concentram nos membros inferiores e há uma alta incidência de lesões musculares e articulares. As lesões musculares variam desde dores causadas pelo exercício, passando por contraturas, até estiramentos e lesões parciais ou completas. Estas lesões podem ser diagnosticadas pela ultra-sonografia e ressonância magnética. Outros traumas agudos podem acometer as articulações do joelho e tornozelo, como entorses, e causar lesões ligamentares. Não é raro ocorrer lesões complexas de joelho, como ruptura de ligamento cruzado anterior, ruptura de meniscos e alterações na cartilagem articular. Para diagnosticar estas lesões, o ortopedista solicita geralmente um exame de ressonância magnética, na maioria das vezes após a realização de radiografias.

O paciente acima dos 50 anos requer uma atenção maior. Além das lesões habituais do futebol, ele pode ter alterações primárias, ósseas ou tendinosas, por exemplo, que poderão ser diagnosticadas incidentalmente após um trauma. Se considerarmos a região do tornozelo, não é raro termos pacientes já com alterações degenerativas nos tendões (tendinopatia crônica), como no tendão calcâneo (Aquiles). Um tendão com estas alterações é mais frágil que o tendão normal e, portanto, mais suscetível a rupturas parciais ou totais. Pacientes com suspeita de tendinopatias podem ser encaminhados para exames de diagnóstico por imagem, como a ultra-sonografia e ressonância magnética, que avaliarão o estado do tendão. Com essa informação, o médico ortopedista poderá aconselhar o paciente e sugerir um tratamento, a fim de evitar uma ruptura subseqüente.

Infelizmente, tumores primários dos ossos ou metástases (tumores provenientes de cânceres à distância) podem estar por trás de lesões do esporte e ser “camuflados” por sintomas decorrentes dessas lesões, dificultando ainda mais o seu diagnóstico. Os exames por imagem mais indicados nestas situações são a radiografia, a cintilografia óssea e a ressonância magnética.

Mulheres esportistas acima dos 50 anos podem apresentar osteoporose, uma perda da mineralização óssea e, dessa forma, estarem ainda mais sujeitas a lesões por sobrecarga, como a fratura por estresse. Fratura por fadiga, ou fratura por insuficiência, são sinônimos de fratura por estresse. Esta lesão crônica decorre de uma sobrecarga mecânica que excede a capacidade de remodelagem óssea normal. As radiografias podem se atrasar no diagnóstico em até quinze dias, enquanto que a cintilografia óssea e a ressonância magnética fazem o diagnóstico imediatamente.

Outras doenças de base ou lesões podem ser freqüentes nesses pacientes: osteoartrose e outras doenças articulares crônicas, alterações degenerativas meniscais, tendinopatias crônicas no ombro, alterações degenerativas na coluna vertebral, etc. O médico do esporte, especialmente o ortopedista, poderá fazer uma avaliação clínica completa e solicitar exames de imagem quando necessário.

Dr. Milton Miszputen

 





 
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